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Manoel da Mala

A carta Manoel da Mala homenageia Manoel Araújo de Sousa, uma figura popular e inesquecível de Varjota. Manoel chegou à cidade no início da década de 1990, vindo da região da Ibiapina, na Serra da Ibiapaba. Andarilho, sempre acompanhado de sua inseparável mala, chamou a atenção dos moradores ao redor da Igreja Matriz, onde passava a maior parte do tempo sob a torre da antiga igreja. Assim, nascia a lenda local: Manoel da Mala.

Nos primeiros anos, vizinhos e as irmãs josefinas o ajudaram com alimentos, água e roupas. Porém, Manoel também enfrentou a intolerância e o preconceito. Crianças e adultos, por ignorância ou maldade, zombavam de sua situação. Segundo relatos, traumas, incluindo uma possível pedrada e desilusões amorosas, teriam contribuído para sua instabilidade. Em resposta aos insultos, Manoel reagia com agressividade. Com o tempo, a comunidade se tornou mais solidária e Manoel, mais sereno.

Conhecido por ocupar lugares incomuns como a marquise da igreja, o pátio do hospital e até o cemitério, Manoel também deixava curiosos com seus desenhos enigmáticos, compostos por formas geométricas e interpretações infinitas.

No fim da vida, Manoel teve um novo recomeço. Sr. Pedro Bôto e sua esposa o acolheram na localidade de Contendas, em Varjota. Ganhou uma nova casa, roupas, documentos e a oportunidade de se aposentar. Viveu dignamente até o falecimento, aos 72 anos, em 04 de abril de 2019.

Esta carta é um tributo à resiliência e humanidade de Manoel da Mala, lembrando que cada história tem valor e merece respeito.

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